Medley Carlos Paião
Medley Trocadilho
Saudade de Castelo
A Desfolhada
lábios de mosto
meu corpo lindo
meu fogo posto.
Eira de milho
luar de Agosto
quem faz um filho
fá-lo por gosto.
É milho-rei
milho vermelho
cravo de carne
bago de amor
filho de um rei
que sendo velho
volta a nascer
quando há calor.
(Refrão)
meu madrigal de madrugada
amor amor amor amor amor presente
em cada espiga desfolhada.
Minha raiz de pinho verde
meu céu azul tocando a serra
oh minha água e minha sede
oh mar ao sul da minha terra.
É trigo loiro
é além tejo
o meu país
neste momento
o sol o queima
o vento o beija
seara louca em movimento.
Olhos de amêndoa
cisterna escura
onde se alpendra
a desventura.
Moira escondida
moira encantada
lenda perdida
lenda encontrada.
Oh minha terra
minha aventura
casca de noz
desamparada.
Oh minha terra
minha lonjura
por mim perdida
por mim achada.
A Ti Estudante
Mas agora já resta a saudade
Muitos amigos fizemos,
Ao chegar a esta cidade.
Depois vêem os exames
Pior fase que passamos
Muito temos de estudar
Para o curso tirar.
(Refrão)
Tu que passas o tempo
A estudar e a marrar
Olha para vida
E o que ela tem pra te dar
Beber um copo
Não importa o lugar
Agora só nos resta sonhar.
Tantos caminhos tomámos,
Tantas loucuras fizemos,
A vida é feita de jogos
Por pouco não nos perdemos.
É de tempo de assentar
Prás fitas poderes queimar
Faz uma promessa a ti mesmo
Teus pais vão-se orgulhar.
(Refrão)
Tu que passas o tempo
A estudar e a marrar
Olha para a vida
E o que tem pra te dar
Beber um copo
Não importa o lugar
Agora só nos resta……SONHAR.
O Ferreiro
não a ponhas à janela
anda ai um rapazinho
que não tira os olhos dela
(Refrão)
Vai tu, vai tu, vai ela
Vai tu p'rá casa dela (bis)
É do meu gosto
é da minha opinião
hei-de amar a morenita
na raiz do coração (bis)
Oh Ferreiro guarda a filha
não a ponhas ao postigo
anda ai um rapazinho
que a quer levar consigo
Refrão
Oh Ferreiro guarda a filha
não a ponhas ao portal
anda ai um rapazinho
que a quer por bem ou mal
Refrão
Sr. Vinho
Oiça lá ó senhor vinho,
vai responder-me, mas com franqueza:
porque é que tira toda a firmeza
a quem encontra no seu caminho?
Lá por beber um copinho a mais
até pessoas pacatas,
amigo vinho, em desalinho
vossa mercê faz andar de gatas!
É mau procedimento
e há intenção naquilo que faz.
Entra-se em desequilíbrio,
não há equilíbrio que seja capaz.
As leis da Física falham
e a vertical de qualquer lugar
oscila sem se deter
deixando de ser perpendicular.
"Eu já fui", responde o vinho,
"A folha solta brincar ao vento,
fui raio de sol no firmamento
que dá a uva, luz e carinho.
Ainda guardo o calor do sol
e assim até dou vida,
aumento o valor seja de quem for
na boa conta, peso e medida.
E só faço mal a quem
me julga ninguém faz pouco de mim.
Quem me trata como água
é ofensa, paga eu cá sou assim."
Vossa mercê tem razão
e é ingratidão falar mal do vinho.
E a provar o que digo
vamos lá amigo,
a mais um copinho!